Escrita Cotidiana

costurando..

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Dá até vontade de escrever coisas "bonitas", palavras que derretem na boca de quem lê!
Mas não dá, do jeito que tá não dá! Não há inspiração romântica que sobreviva, depois de mastigar pedra no meio do arroz..

Isso ser foda!
Aquilo também ser foda!
Problema é foda!
Enfrentar é foda!
Conviver com o outro ser foda!
Conviver consigo mesmo, ser mais foda ainda!
É foda!

..

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

uma pessoa assim mesmo autoritária.
sim você é uma pessoa autoritária e enérgica.
sim, assim como as crianças querem estar por cima
querem tirar vantagem, você também é assim.
a vida sempre esta cobrando
e você sempre reagindo as coisas,
na defensiva também,
por isso os tapas e os socos de palavras
sem perceber...
o tempo inteiro!

sábado, 13 de novembro de 2010

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

] O menino foi caminhando, mas antes de se aproximar do colega, ele baixou e recolheu (sem que ninguém percebesse) três pedras pontiagudas, fechou a mão e se preparou para a briga. Cada passo foi minuciosamente pensado enquanto resmungava frases baixas]: assim que esse atrevido for me atacar eu dou lhe uma boa lição, ele nunca mais vai esquecer dessas pedrinhas que eu tenho nas mãos, elas vão acertar ele em cheio!

]Quanto mais ele ia chegando perto do colega, mais ele apertava forte as pedras na mãos e resmungava]: assim ele aprende que não é o dono da razão, ele pensa que me engana, me chamando... sei bem que ele quer descontar da última briga. Mas ele vai ver comigo!

Quando chegou perto colocou a mão fechada nas costas, e preparou-se para o ataque. O colega saiu da roda de conversa com os outros colegas e deu lhe um grande abraço amigo, forte, verdadeiro, olhou ele nos olhos e desejou que ele tivesse um bom dia. O menino ficou tão surpreso e muito sem graça! Precipitou toda uma situação, imaginando, esperando outra atitude para o amigo. O colega havia lhe entregado sentimentos e ele vinha trazendo uma porção de pedras..

O menino nem reagiu ao abraço, só teve forças para abrir lentamente as mãos escondidas nas costas e soltar as pedras; elas caíram empapadas de sangue, foi quando o menino percebeu que ele havia colocado força demais sobre as pequenas pontiagudas - em todas as vezes que apertava as mãos.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

humor negro da favela..

humor negro da favela..

:o que é o que é ?
um pedaço de tecido vermelho pulando?

resposta:
miolos de uma cabeça que acabou de ser estourada com 22 tiros de uma 12.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

parafuso de enroscar com porquinhas borboletas

era só a bonequinha preta dormir
para virem os fantasmas ruins
eles vinham com suas ferramentas:
parafusos de enroscar,
tinham oito milimetros,
com porquinhas borboletas,
os fantasmas miravam os parafusos bem no coração
e começavam a apertar, apertar, apertar as porquinhas borboletas
começavam a enroscar bem na pontinha e iam até o final do parafuso
....depois iam embora,
planejando a próxima noite.

no outro dia a bonequinha estava lá com a sensação de aperto no coração,,, outra vez,,,
e nem imaginava o motivo..
tudo era muito complexo pra ela
e pra sua estrutura frágil de boneca, assim pequena, magrinha,
sentia-se tão mal
o aperto no peito e junto um flutuar de borboletas por dentro
dizia pras pessoas:
é como se tivessem me apertando um prego no peito
as pessoas respondiam:
bobagens mocinha, precisa rapidinho é de um doutor!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

resposta ao tempo

“Respondo que ele aprisiona. Eu liberto
Que ele adormece as paixões. Eu desperto

E o tempo se rói com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
como eu morro de amor prá tentar reviver

No fundo é uma eterna criança que não soube amadurecer
Eu posso, e ele não vai poder
me esquecer.”

canção de Aldir Blanc / voz Nana Caymmi.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

descrição da cena do filme: a liberdade é azul (do diretor: Krzysztof Kieslowski )

uma rua estreita de calçamento de pedra,
rente a calçada um muro cinza chapiscado,
uma mulher caminha devagar na calçada
rente ao muro,
roupa confortável
calça, blusa
tênis

ela caminha
agora um pouco mais rápido
por sobre o muro tem uma trepadeira verdinha,

caminha
com passo muito rápido
e aos pouquinho vai aproximando a mão direita do muro chapiscado

mão e muro
em atrito
ela agora corre
corre muito

e (...) a liberdade deve ser mesmo azul

terça-feira, 2 de novembro de 2010

acinzentado, azul, cobre, branca, branco, roxo, avermelhado, acinzentado

As águas de novembro se iniciaram, o céu chora acinzentado, sem tons de azul.

O varal de roupa pinga as gotas que conseguiu prender no estreito fio de cobre, pinga e molha os olhos da flor, na beira da pétala.

Branca flor, branca nuvem e branca pálida alma: observam..

Veêm o lençol branco e claro de uma cama, num quarto de chão branco e paredes roxas claras; colchas escuras que escondem a vergonha e a lágrima das faces avermelhadas.

Veêm a alma com suas faces pálidas e acinzentadas, sem tons de energia vital.
E os soluços comprimidos também.

Nenhuma água deixa de completar o novembro que inicia.

A chuva que só quer chover, e a lágrima que só quer cair
- elas estão apenas cumprindo seu papel.

E tudo está na perfeita ordem natural.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

frase solta

É necessário cuspir meia dúzia de frases interiores, achar que isso é poema, verso, ou qualquer coisa, quaquer coisa mesmo, desde que faça sentido pelo menos para um único ser.. não importa nada.. tudo vale para não apodrecer, azedar ainda mais o caldo estômacal que causa dor e ânsia de vômito.