Escrita Cotidiana
sábado, 17 de dezembro de 2011
Chorou.
Continuou no mesmo local, não conseguia sair dali, nem conseguia parar a tremura das mãos.. Sentiu medo de cristalizar todo aquele pensamento para um corpo eterno, despentiado, manjado, dobrado, cutucado, trêmulo.
Sentiu medo.
sábado, 10 de dezembro de 2011
Um jovem acabou de ganhar um prêmio de destaque na sua formatura; o prêmio de melhor aluno nas relações inter-pessoais, atitude e boa conduta. Ele abraça o professor e agradece. Em seguida, acena em direção a arquibancada, compartilhando aquele momento, ao que parecia, com pessoas especiais! Um homem se levanta da arquibanca com os olhos fixos nele, ar de orgulhoso, com um sorriso no canto das orelhas. A mulher ao lado, sentada, acompanhava sem perder de vista nenhum passo do garoto; já a menininha que estava sentada ao lado da mulher, esta não se atrasou ao acenar, tinha a palma da mão aberta em direção ao pequeno grande homem desde que ele levantou de sua cadeira.
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Chato como o tempo passa pela barra da minha saia, balança a saia sem nenhuma novidade, apenas faz coçar as pernas, sem nenhuma brilhante solução. Solução? Resposta? Tédio imenso de tudo isso. De querer, por querer.. que as coisas sejam de um modo. As vezes elas tem que ser como são, mesmo que isso não pareça, mesmo que nem deixe mais ou menos feliz o dia da gente. Me importo com tudo, mas não quero mais me importar. Vou ignorar a coceira das pernas e parar de pensar pra sanar a dor de cabeça. Chato como o tempo passa pela porta de casa, bate a porta, sem nenhuma grande novidade..
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
Não estou dormindo,
e não há lugar onde eu possa ir;
Na aguda manhã desafinada eu o seguirei...
Estou pronto para ir a qualquer lugar
estou pronto para desaparecer
Em minha própria parada,
moldando sua dança a meu caminho,
Eu prometo segui-la.
Estou pronto para ir a qualquer lugar,
Estou pronto para desaparecer
Bob Dylan
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
Mas é como quando se escuta a mesma e boa música de sempre.. e a gente goza com ela!
Não quero perder o frescor, apenas manter e descobrir o novo do sol que esta no céu há milênios; E que porventura continua encantando e despertando interresse dos olhares alheios.
Para quem sabe apreciar, o deleite é insubstituível.. assim como a lua, assim como as estrelas, assim como a beleza dos humanos, para quem sabe apreciar, é deleite!
terça-feira, 18 de outubro de 2011
sábado, 15 de outubro de 2011
Somente hoje foram onze vezes: subidas e descidas.
Teve momentos em que bateu uma vontade enorme de chorar e de sumir, mas olhava os degraus e contínuava, em outros instantes, uma força grande vinda não sei de onde, mas quase que desmontando sobre os próprios pés.
Um fôlego forçado, esbaforido, saindo forte pelas narinas, obrigando as costelas a trabalharem dobrado.. uma dor nos joelhos, uma dor nas costas, uma dor de estômago, novo velho fôlego, sempre igual.. Será que não possui outro jeito de não se embaraçar do mesmo jeito? Será que possui outra maneira de não rolar escada abaixo? Pra descer todo santo ajuda, mas pra subir o morro não se encontra nem um olhar generoso..
Se nos cortam os pés, a gente contínua a subir; se nos cortam os joelhos, a gente contínua, se nos cortam os coxas e o quadril, o braço ainda sustentará o tronco, se nos cortam o tronco e os braços, a cabeça ainda irá pensar em alguma alternativa, se nos impossibilitam de pensar, a gente rola escada abaixo e entra em estado vegetativo.
Subir e descer cada dia exige mais esforço e agilidade; isso ressalta o esqueleto, escurece os olhos, diminui o cérebro e consequentemente as sensações de saciedade, ou bem estar que poderiam existir.
sábado, 17 de setembro de 2011
domingo, 11 de setembro de 2011
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Caio Fernando e pitaco de Sinara.
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
Miedo
Tienen miedo de la sombra y miedo de la luz
Tienen miedo de pedir y miedo de callar
Miedo que da miedo do miedo que da
Tienen miedo de subir e miedo de bajar
Tienen miedo de la noche y miedo del azul
Tienen miedo de escupir e miedo de aguantar
Miedo que da miedo do miedo que da
El miedo es una sombre que el temor no esquiva
El miedo es una trampa que atrapó al amor
El miedo es la palanca que apagó la vida
El miedo es una grieta que agrandó el dolor
Têm medo de gente e de solidão
Têm medo da vida e medo de morrer
Têm medo de ficar e medo de escapulir
Medo que dá medo do medo que dá
Têm medo de ascender e medo de apagar
Têm medo se espera e medo de partir
Têm medo de correr e medo de cair
Medo que dá medo do medo que dá
O medo é uma linha que separa o mundo
O medo é uma casa aonde ninguém vai
O medo é como um laço que se perta em nós
O medo é uma força que não me deixa andar
Tienen miedo de reir y miedo de llorar
Tienen miedo de encontrar-se y miedo de no ser
Tienen miedo de decir y miedo de escuchar
Miedo que da miedo del miedo que da
Têm medo de parar e medo de avançar
Têm medo de amarrar e medo de quebrar
Têm medo de exigir e medo de deixar
Medo que dá medo do medo que dá
O medo é uma sombra que o temor não desvia
O medo é uma armadilha que pegou o amor
O medo é uma chave que apagou a vida
O medo é uma brecha que fez crescer a dor
El miedo es una raya que separa el mundo
El miedo es una casa donde nadie va
El miedo es como un lazo que se apierta en nudo
El miedo es una fuerza que me impide andar
Medo de olhar no fundo
Medo de dobrar a esquina
Medo de ficar no escuro
De passar em branco, de cruzar a linha
Medo se achar sozinho
De perder a rédea, a pose e o prumo
Medo de pedir arrêgo, medo de vagar sem rumo
Medo estampado na cara
Ou escondido no porão
Medo circulando nas veias
Ou em rota de colisão
Medo é de Deus ou do Demo?
É ordem ou é confusão?
O medo é medonho
O medo domina
O medo é a medida da indecisão
Medo de fechar a cara, medo de encarar
Medo de calar a boca, medo de escutar
Medo de passar a perna, medo de cair
Medo de fazer de conta, medo de iludir
Medo de se arrepender
Medo de deixar por fazer
Medo de amargurar pelo que não se fez
Medo de perder a vez
Medo de fugir da raia na hora H
Medo de morrer na praia depois de beber o mar
Medo que dá medo do medo que dá
Mm, medo que dá medo do medo que dá
Autor: Lenine , Pedro Guerra , Rodney Assis
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
Necessário:
Rever velhos conceitos essenciais/pessoais.
Ouvir boa música.
Respirar.
Estar só.
Arrumar o quarto.
Reparar nos olhos daqueles com quem se convive.. ouvi-los também.
Comemorar as atitudes de pensamento com um grito, mesmo que seja interno.
Agradecer quando abrir os olhos pela manhã, e dar pelo menos um sorriso por dia.
Acréscimos são bem vindos a medida em que forem sendo descobertos e necessários.
terça-feira, 9 de agosto de 2011
domingo, 3 de julho de 2011
estive.. primeiro..
- Não. Estive nervosa primeiro..
- Olha, é a sua cara mesmo ficar nervosa antes de qualquer coisa. (risos)
- Pois sim, mas acho que o choro vem depois.. quando a ausência ganhar voz e corpo,
ocupando todo o espaço.
Depois disto.. e durante.
Engraçado, eu olhava pra ele e a pergunta junto da resposta se repetia na cabeça..
- E você chorou?
- Não. Estive nervosa primeiro..
os lábios abriam espaço para (risos pensativos)
- E você chorou?
- Não. Estive nervosa..
abriam espaço para (risos nervosos)
Ele percebia tudo -- tudo que minha boca dizia de outras coisas, ao mesmo tempo que dizia o pensamento também, tudo junto..
- É.. compreendo guerreira.
(risos sérios)
sexta-feira, 1 de julho de 2011
O corpo seleciona o que mais lhe interessa.
A natureza tem uma justa agitação, já os homens, são só agitados.
Basta observar -- tudo no seu devido tempo.. Acontece.
As maritacas passam na algazarra, enquanto um cachorro observa os movimentos ao redor,
se algo chama a atenção, ele lati, caso contrário, permanece quieto, focado na sua contemplação do tempo; alguns outros pássaros se coçam numa árvore mais a frente, o carro do gás ora passa perto, ora passa longe, o som da roda na rua calçada de pedra, isso pra não anunciar a poeira vermelha de onde o asfalto ainda não chegou.
Desconfortável e agradável.
O corpo seleciona o que mais lhe interessa.
O sol morno da tarde de inverno insiste em decair sobre o verde no horizonte, um degradê de cores se define a medida que o astro vai se encolhendo. A luz reflete nos olhos e forma na ponta dos cílios pequenos círculos transparentes.. isso deixa o sentido assim.. mais atraente, gostoso de ser percebido.
Ela permanecia ali como um cão fiel a seu dono.. observando tudo que ele tocava, o que ele transmitia, respirando e transformando tudo o que passava no entorno, em calmaria. Como uma vontade de ser uma extenção do raio morno que toca tudo - inclusive a ponta dos cílios dos outros. A imagem do cheiro também era especial, mesmo triste; e naquele momento um só toque de pele bastou para confidenciar um sentimento de verdade.
sexta-feira, 24 de junho de 2011
quinta-feira, 23 de junho de 2011
Grilos
Se você passar
Daquela porta
Você vai ver
Como é
Que são as coisas
Como é
Que estão as coisas
Sei que o mundo pesa
Muitos quilos
Não me leve a mal
Se eu lhe pedir
Para cortar os grilos
Guardar os grilos
Cortar os grilos
Guardar os grilos
Aí então você
Vai se convencer
Que se o mundo pesa
Não vai ser de reza
Que você vai viver
Descanse um pouco
E amanheça aqui comigo
Sou seu amigo
Você vai ver
Se você passar
Daquela porta
Você vai ver
Como é
Que são as coisas
Como é
Que estão as coisas
Sei que o mundo pesa
Muitos quilos
Não me leve a mal
Se eu lhe pedir
Para cortar os grilos
Guardar os grilos
Cortar os grilos
Guardar os grilos
Aí então você
Vai se convencer
Que se o mundo pesa
Não vai ser de reza
Que você vai viver
Descanse um pouco
E amanheça aqui comigo
Sou seu amigo
Você vai ver
Você vai ver
Composição> Roberto Carlos e Erasmo Carlos
quarta-feira, 22 de junho de 2011
arre!
haja coração, pulso e cabeça para uma pessoa só!
terça-feira, 21 de junho de 2011
antes que o junho acabe.. quem sabe?
uma vontade inebriante de viver, e uma urgência que faça querer sair da cama, bem rápido,
todos os dias-- pois a batalha só está no começo, com algumas pequenas primaveras..
ainda não é hora de se aposentar querida menina!
antes que o junho acabe..
quem sabe?
ela consiga se organizar..
dobrar a cama, lavar a roupa suja,
dormir e tirar tempo para estar consigo..
já passou da hora de marcar este encontro!
não posso crer que vai atropelar tudo outra vez?!
não vai, não é?
antes, antes..
de querer estabelecer o fim..
é necessário respirar todas as mudanças que uma escolha traz..
deixar acontecer, rir.. e chorar.. se caso a circunstância pedir --
não menina, não esconda as coisas assim, não se proteja tanto do tapa,
deixa a mão da vida bater, e deixe doer
deve ser assim que a gente aprende
se não for antes que o junho acabe, poderá ser mais a frente..
antes que o novembro, ou mesmo o próximo janeiro -- antes que eles se acabem.
antes que a menina se acabe.. tomara que a ela aprenda algo!
quinta-feira, 16 de junho de 2011
deve ser por conta do olho
a vida é mar, e não rosas - a água é vida - a flor muitas vezes tem espinhos..
as carruagens existem apenas de tempos em tempos, carrega e deixa e carrega e deixa, e isso por mais que se pareça conto da carochinha, não o é..
as coisas são de certo boas por algum tempo, depois vá lá se saber porque, elas fastigam a gente; as pessoas são de certo boas por algum tempo, depois vá lá se saber porque, elas voam da gente; isso quando a gente não voa delas também -- contradições momentâneas - oposições de quereres - oposições de desejos - de vontades - de viajens - de vida -- caminhos diversos, diferentes.
o olho da bruxa vem pairar outra vez no meio da testa, como se fosse uma coruja agourando.. antecipando a tristeza que vai chegar, no momento especial em que a vida espanca, aquilo que já sabíamos que iria espancar, mas imaginação é diferente, bem diferente de sentir a dor da pancada.. sabia?! o olho da bruxa bem no meio da testa, a asa preta pesada encobre os olhos deixando a mostra nariz e boca.. o pó azul escorre da asa pela face, causando neblina embaixo do queixo..
segunda-feira, 30 de maio de 2011
ela espanca o doce
Quando a solidão bate – ela espanca o doce
Quando a solidão bate – míngua qualquer possibilidade de poder sentir
Fingir não sentir – quando a solidão bate
Proteger o corpo, todo pertinho de si mesmo, cruzado, enlaçado sob o vazio que paira
Não há poder para mudança... quando a solidão bate – ela espanca o doce
segunda-feira, 2 de maio de 2011
atenção
olhar para dentro de si
atenção,
não comer qualquer coisa para não dar indigestão
atenção,
não ficar sem comer para não definhar
atenção,
se cobrar somente até o ponto bom para continuar a crescer
atenção
com as palavras que diz e desconhece o significado
atenção
com as pessoas que ama
para não agradá-las demais e degradar a vc mesmo
atenção
com os amigos
para não faltar demais quando eles precisarem muito de vc ;;;
enfim!
domingo, 1 de maio de 2011
sei lá!
sábado, 23 de abril de 2011
domingo, 17 de abril de 2011
sábado, 16 de abril de 2011
Música do espetáculo "Esta noite mãe coragem" -- Companhia ZAP18
alguma coisa em troca tem que dar
Quem da guerra, quiser se aproveitar
alguma coisa em troca tem que dar
O que tem e o que teria
A cria que tem e a que teria
O marido que tem e o que teria
A mulher que tem e a que teria
Um braço, uma perna, um olho
Quem da guerra, quiser se aproveitar
alguma coisa em troca tem que dar
Quem da guerra, quiser se aproveitar
alguma coisa em troca tem que dar
domingo, 10 de abril de 2011
sexta-feira, 8 de abril de 2011
vermelho, rubro, vibrante,
vestido, aroma, dançante
calor, fervor, ardor,
estado, pulso, ritmo,
mistura, olho, nú,
flor minha,
cabelo, pele, nariz,
onde, quando, o quê,
gostoso, doce, mel,
core, latim, ouvi,
bater, morder, sentir,
calou, falou, sorriu,
flor meu,
pedaço, laço, lábio,
embaraço, coisa, rasgo,
dois, hora, ninguém,
agora, rosto, colar
metade, querer, escolher,
ano, mês, dia,
flor de fogo,
rua, lugar, destino,
vida, passado, presente, futuro.
terça-feira, 5 de abril de 2011
nem que fosse para o nada
absorve-se muito daquilo que nos toca
envolve-se indefinidamente com o que se considera importante
nada é tão certo que não se pode perder
nada é tão determinado que não se possa reverter
reparar em cada insensata ação de se privar
entender as relações em suas camadas mais profundas
ou deixá-las sem a discussão, incompreensão
as coisas mais belas da vida acontecem para se perder
e as escolhas mais doloridas são feitas para se crescer
mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
mesmo quando o corpo pede um pouco mais de alma
a vida não para
e o eu interno faz a sua melhor escolha para se continuar a viver
eita vidinha besta meu deus
e não se morre quando se acha que vai morrer
e não se vive quando se acha que vai viver
e não resolve quando tudo se disfarça em manchas negras, em casca de pedras
e tudo se torna tão diverso, como a opção que a pele deveria querer, uma opção mais sensata,
mas normalmente não é, mas querendo que fosse..
vômitar o que não se tem por dentro
visceral demais
exagerado
mas será que não é para ser
pular de cabeça
no fundo de uma piscina sem água
é sempre uma loucura muito doida
vc quebra a cabeça
e só vai aumentar a dor
quinta-feira, 31 de março de 2011
sexta-feira, 25 de março de 2011
Fernando Pessoa
qualquer coisa ou suicidar-me?
Não: vou existir.
Arre! Vou existir.
E - xis - tir...
E .. xis .. tir...
segunda-feira, 21 de março de 2011
domingo, 20 de março de 2011
Bebida que desce queimando a garganta,
Espirrar sentindo a ponta do nariz umida
Cheiro forte de pelo molhado em todo corpo
Me deram mais um pouco de bebida
Enrolaram-me num trapo velho sujo
Mas me davam carinho gostoso na cabeça
Enquanto contavam piadas, com muitas risadas
Descia pela minha garganta mais uma dose
Brigavam por mim se fosse necessário
E minha obrigação era protegê-los, mesmo sendo o mais indefeso ali.
Mas eu estou bem, muito bem!
Reencarnar em cachorro de rua é bom.. ainda mais quando se têm como dono dois bebuns que lhe enchem o rabo de cachaça em época de carnaval, se cachorro não se preocupa com nada, imagine então cachorro bebado.
sábado, 19 de março de 2011
segunda-feira, 14 de março de 2011
Uma sensação de querer tocar o céu e saber que não vai conseguir..
É se descobri enquanto adulto que a partir de agora têm o mundo inteiro a sua frente para resolver, sem choro, nem chorumela.
É cortar o cordão umbilical terreno, e querer acreditar em uma energia maior para dar conta de guardar um milhão de pedaços de vida dentro.
Deve ser um eterno carinho, nunca mais sentido do mesmo modo.
Deve ser algo tão avassalador que se aproxima de saudade e de tudo que a acompanha.
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
não conseguir de jeito maneira
Um telefone azul todo pixado, teclas de ferro, a númeração ainda legível, no entanto, não completa linha.. na vista um novo telefone ao longe, numa distância de dois quarteirões de rua calçada de pedras, aparentemente normal, caminha, verifica a linha, tudo em perfeita ordem, digita o número nove, mas a tecla não digita o número, tenta outra vez, aperta forte, aperta torto, nada.. bate o gancho! Atravessa um sinal de trânsito em direção a uma inclinação muito escura, embaixo da árvore dois telefones azuis, um de costas para o outro, tinha de ser uma ligação bem veloz, para sair do escuro rapido e sem atrair atenções marginais desnecessarias..
O telefone que estava na frente da esquina estava com o cordão de ferro prata arrebentado, o telefone que estava de costas, acendia o visor com a seguinte mensagem: fora de operação, nova batida forte de gancho! Derrota! Avista um bar, aos poucos penetra aos ouvidos um ruído, vai se clareando, é música, não, é melhor, é um rock leve que toca na rua de baixo da esquina escura, agora nessa outra rua de calçada de pedra, o bar, o rock logo na esquina e nada de telefone, mais nenhum para entrar para a lista das sucatas telefonicas urbanas,,, para em frente ao bar, entra no pequeno quadrado de bebidas flutuantes e pergunta: sabe onde tem um telefone público por perto? A resposta veio em seguida: aí bem atras de você. Vira-se e dá de cara com o danado! Um belo telefone azul, de teclas prata e brilhante, cordão todo em espiral, números, nem um rabisco, até identificação do número tinha na diagonal esquerda alta. Se aproxima, retira do gancho, coloca na orelha e enfim escuta.. algo.. algo assim diferente.. como o barulho do mar, aquele barulho trouxe uma calmaria pra toda aquela andança na caça ao telefone, enfim um telefone e com ele a calmaria do mar,, esteve ali por alguns instantes até que percebeu que com este telefone também seria impossível ligar,, restava recolocar o gancho no lugar, tira da orelha, olha pro gancho e seu interior está oco..
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
erguem-se edifícios de sentimentos
desmancham-se pretenções
energia morta ainda pulsante
entreter-se de fingir, passar batido..
exalam-se encantos desencatados
escondidos por d'traz dos hormônios
roem-se de invejas brancas
sem maldade, sem querer
momentos dos outros..
esvaziam-se os locais
somente as luzes
o nada é o mais interessante
outra vez imersão de pensamentos
análise psicológica
sem precisar de bebidas frias, nem daquelas quentes
sono de gente acordada
cheiro de gente sufoca de calor
lugares pequenos, pessoas grandiosas
lugares gradiosos, momentos pequenos detalhados
esquecidos estantâneamente..
chega disso então..
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
coroação de nossa senhora
eu não sei rezar,
só sei repetir..
eu quero te amar,
azul é teu manto,
branco é seu véu,
maezinha eu quero te ver lá no céu..
maezinha eu quero te ver lá no céu..
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
todos os poros abertos pela velocidade há mais de cem por hora
uma só musica, num pensamento vazio, somente o som permeia por entre as veias,
realiza trajetos inesparados e toca em orgãos vitais
fitava o mundo pela janela, no olho do furação
cruzava retas curvas entrecortadas verticais.. ou horizontais
e uma sensação de nostalgia chorosa vinha queimar o canto dos olhos
quase escorre algo salgado pela face, mas tudo se contém em ficar quieto
só o essencial prevalece
somente o sentido por dentro
desnudado por fora
pela força da noite
.. sim, o cotidiano tem esse poder!
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
às ..
Se a vida anda meio à moscas, não permita que o desânimo chegue e se assente na cacunda..
Há por favor, espante três só em segundos de pensamento, elas flutuam como bolinhas de nuvens produzidas por meia dose alcoólica,, e as vezes a existencialidade destes seres é insuportável.
Há sei lá, vá saber.. e se for tudo ao contrário.. e se por acaso eu sentir saudade! Tudo é uma questão de costume. As cores azuis e verdes são as minhas preferidas.. e se não trouxeram nenhum mal depois de tanto temopo, deve ser que criei alguma resistência contra contaminação de certos insetos invertebrados.. ou eles realmente não querem me fazer mal.. ou ainda.. só querem estabelecer algum laço por meio de seus zumbidos.. vá saber!
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
Ondas de vida
domingo, 6 de fevereiro de 2011
domingo, 23 de janeiro de 2011
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
não gosto
domingo, 16 de janeiro de 2011
agora-aqui
uma lágrina involutária que salta,
um vento frio que bate e arrepia a pele,
a maneira do olhar do outro,
o mesmo objeto,
a palavra dita,
a posição dos corpos,
o estado momentâneo,
... tudo serve de passaporte,
para um dejavu.
E a música.. falo dela principalmente, por causa da última viajem, belíssima e nostálgica!
Partindo dela, ergueram-se edifícios monumentais e era nitída e clara a certeza da felicidade, em um quarto cama pequenino e azul, bem longe do agora-aqui.
Não sei para onde fui.. mas era um lugar, um tempo e um espaço passado, conhecido e bem vivido!
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
ser e ter que ser..
Há não ser sobre esse lugar comum da gente - falo deste que funciona, que passa batido.
Se fosse para fugir disso nem escrevia.
É sempre uma tortura, o dilema de ser e ter que ser...
E porque não só deixar as coisas passarem, e pronto!
Digo atravessar pelo coração e sair.
A escrita pela simples vontade de escrever coisas... ás vezes é bom também.
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
amor
.. espero que os pratos e talheres não falem por nós ..
.. espero sinceramente que a gente fale ..
.. falar com o amor e para o amor e para que haja sempre amor.
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Cof, cof,cof...
Amargura.
Palavra torta.
Alfinetada para alguém.
Cof, cof, cof...
Outra vez e outras mais fortes.
Cof, cof, cof...
E não quer procurar médico.
Entre elas não há intervalo,
são constantes e acompanhadas de amargura
e palavras alfinetes.
O que se passa? alguém pode responder?
Corpo atrofia,
geme, grita dentro,
expeli secreções,
transpira, e cof, cof, cof.
Não há nada que mude a opinião.
Todos veem, só um ser não percebe,
Só sente e esconde o que sente.
Ninguém consegue alterar isso..
um super heroi da infância, apareça por favor..
uma informação da internet,,
uma nova cura,
um novo pensamento,
um novo sistema,
ou algo mais delicado,
e mais complexo
quem sabe resolve?
Ajuda!!!!!
o que se passa? alguém pode responder?
...não, né!
Um sente e esconde o que sente.
Todos veem e fazem que não veem.
Alguns sabem e escondem o saber.
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
O homem tirou ela daquele local.
Coisas ruins que acontecem o tempo inteiro dentro e fora da casa que não tem porta; álias, as portas existem, porém estão soltas sem as dobradiças, fechaduras..
Uma mulher tenta fechar a casa.
É madrugada. Muito barulho. Gente má pela rua.
Coisas ruins invadem a casa e modificam a energia interna desta que não consegue se proteger na sua casa.
Encosta uma porta de madeira solta na parede para disfarçar a tranca.. eles invadem a casa.. medo. Encosta uma porta de plástico solta na parede, numa segunda tentativa, mas passou batido, a segunda invasão aconteceu e o horror foi bem pior.. medo. Encosta uma porta de ferro solta e segura-a com as duas mãos bem juntas, formando um cadeado de musculos e sangue, tentam abrir a porta. Barulho. Pensa o pior. Treme. A porta se abri e tudo estaria perdido se fosse a terceira invasão; mas o que esta a sua frente é um homem, e em suas costas tudo de ruim se passa numa velocidade inacreditável. Ele chega seu rosto bem próximo do dela, cara limpa, cabelo e barba baixa sobre a pele branca, camisa branca de malha e manga.. olhar brilhante, encarou e disse olhando nos olhos - muita gente gosta de você, muito querida, não se preocupe tem muita gente que te quer bem, nada vai acontecer - num movimento brusco ele abraçou-a e tudo ficou bem mais lento que o normal, uma queda longa e gostosa e o corpo todo anestesiado.. formigando .. antes de chegar ao chão, ela abriu os olhos sobre a cama e tudo estava calmo, o corpo ainda formigando,,, e uma sensação de alívio branca sobre as pálpebras ainda fechadas.
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
Cada alegria é um proveito, e um proveito é um proveito, por mais pequeno que seja.
Robert Browning (poeta e dramaturgo inglês)