Escrita Cotidiana

costurando..

terça-feira, 26 de outubro de 2010

" .. carro prata, preto, pardo, porco, sempre de carro, careca, meleca, boneca, ei boneca, psiu, psiu, olha a boneca, a boneca nem olha, pisca, pisa, pisca farou, pisa forte, passo rapido, carro lento.. homem bento de boné, camiseta de time, vermelha listrada numero oito, da última vez era jeans com polo salmão e sinto abaixo do joelho, a mesma barba mal feita, careca, com convite sinuoso, insiste, tentando convencer, arduamente a mocinha, a gatinha, a fofinha, a gostosa, não importa se tem 14 anos ou 23, se ainda é criança, se é jovem, importa a ele ser mulher, importa a ele o que sua cabeça fantasia por debaixo das roupas dela, e a insinuação invade, segue, chama, desrespeita, mantém o carro rente a calçada, e só não desce para atender ao seu apetite animal vá lá saber porque, sol quente escaldante, noite fresca, só não desceu para atender ao seu apetite mas o pensamento já realizou a ação, já que as mãos estavam muito ocupadas com o volante, mais de um quarteirão, o passo rápido, o carro lento, ela estava quase a gritar pra fora, porque dentro já havia soltado todos os gritos possíveis.. quando se sentiu saciado, tocou o carro manso pra frente.. e se foi deixando a sensação de nudez, a moral invadida pelos olhos de um desconhecido qualquer- que observou até quando quis, até se cansar, um desconhecido qualquer
de uma gordura de porco, de tripas cheias de qualquer merda, de má indone, gordo asqueroso, nojento, desgraça sem pai nem mãe, que não teve ninguém que lhe desse um tapa quando criança, esse é o personagem desse fragmento."



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