Escrita Cotidiana

costurando..

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

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exilar-se, permanecer em estado de confinamento,
foi isso que aconteceu, foi a opção escolhida,
opção selecionada para esse momento,
sair de todas as referências dos últimos meses
buscar novos contatos
outros rostos
ficar com os de sempre
restringir o circulo de convivência
abrir o círculo de convivência
trocou o número de telefone
não atende
quebrou o aparelho,
não acessa e-mails, criou outro e-mail,
não sai mais, dedica-se únicamente a cuidar de quinze pés de melancia,
e a contar os pássaros na varanda, e a vigiar as estrelas da noite, as vezes lembra-se da lua
sai muito, vai ao cinema com a mãe, sozinho, joga vídeo game
trabalha, trabalha muito em um escritório
vê aviões, brinca
dedica-se apenas a família
se escreve, escreve em folhas de papeis
nem chega mais perto computador
ou então esta guardando tudo para mostrar depois
acredita em si mesmo e vive consigo
sabe conviver com dor
sabe transformar o dia em alegria
sabe começar do zero todas as manhãs
esta em sono profundo, meditação sem tempo determinado de analise
com ajuda,
sem ajuda
com cor, sem cor
com amigos
sem amigos
de bernuada e meia nos pés
cozinhando coisas saborosas de se comer
chupando apenas duas laranjas na parte da manhã
outras vezes nem se levanta
faz caminhada
vai ao centro da cidade
por causa do algodão
ou inventa algo para ir
ou porque deixa que outros inventem
adora o frio
saboreia a chuva
odeia o tempo seco
assisti tv
as vezes esquece de tomar banho
toma banho demais
se olha no espelho insatisfeito
se olha no espelho e se enche de coração
deleta imagens
e lembranças também
acha cartas e lembra que um dia o telefone tocou
hoje não toca mais
guarda tudo em caixas
sente o apoio da família
as vezes não sente, apesar de saber da existência dele
é forte, é fraco, é nada, é tudo
reza, pensa em Deus
acredita e tem medo de espiritos
adora viajar
esta em casa
o tempo passa
e só quer o tempo
para passar
aposta
muita coisas
a resposta são hipoteses / reações
hipotese
tudo invenção
nada verdade
tudo suposição
ninguem nada sabe sobre esses versos
eles só exitem por petulância,
sendo ainda mais cruel,
só existem por egoísmo,
e na verdade nem possuem o direito de existir
mas existem sem fazer diferença e não fazem diferença
exitem apenas para servirem de muleta
para a lembrança
que só achou que o passado duraria mais um pouco
e que nada sabe do presente
e que nem tem o direito de desejar algum futuro
isso justifica-se na atitude das mãos
elas não param de apertar o ar
de se tocarem, retorcendo-se
procuram um porto seguro
e deparam-se com o nada
o tempo inteiro

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